8.2.08

Bruna

Assisti ao surpreendente "O signo da cidade", o tão falado filme escrito pela Bruna Lombardi e dirigido pelo seu marido, Carlos Alberto Ricelli.

Afora a imensa sutileza, poética e riqueza de personagens construídos com palitos e não com blocos de concreto armado, o filme transpira uma coisa que é muito bem vinda no cinema nacional: inteligência.

Bruna Lombardi ainda é uma das mulheres mais lindas da face da Terra. Provavelmente a brasileira mais linda depois dos 40. E eu, tendo lido recentemente algumas de suas publicações, em especial as poesias, vejo ali não só uma estrela, mas uma pessoa de carisma literário incrível, capaz de usar frases curtas e simples como a maior arma anti-cinemão dos últimos tempos. Nada de críticas ferozes. Apenas o exemplo.

Aos curiosos: "O signo da cidade", como parece, é o nome de um programa de rádio de astrologia de uma rádio bem sem graça, apresentado pela personagem da Bruna. Ela tem um sério problema para uma apresentadora: se envolve com as pessoas ao seu redor, sejam elas as que ligam em busca de conselho, sejam as que a cercam.

E nesta teia de relações dela circulam as inúmeras histórias intercruzando-se continuamente, exibindo uma telúrica ponte entre homens, astros e destinos, moldadas pelas decisões e passividades de seus componentes.

Não é daqueles filmes onde tramas paralelas convergem para um final arrebatador. Mas sim, o retrato de um instante, onde as pontas permanecem ativas e continuarão a crescer, em novas e subjetivas relações.

Sim, o filho do casal, Kin Ricelli, está no filme. Eu, no lugar do pai dele, teria saído para tomar um café na filmagem da cena caliente máxima do filme.

E se uma das conclusões apresentadas pela trama é da inevitabilidade do chicote das ondas sofrido pelos que tentam resgatar os náufragos das ondas (quem nunca chorou sozinho na cama após fazer de tudo para ajudar outrem e relegou a segundo plano aspectos da própria vida no processo, atire a primeira lágrima), faz bem justamente por não nos permitir esquecer daqueles ao nosso redor merecedores da mais profunda admiração.

Vejam a Bruna. Ela fez por merecer.

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