19.3.07

REMINISCÊNCIAS

Atenção, é raro algo pessoal postado por aqui, então não me responsabilizo por nada ou ninguém.

Como se eu pudesse. Vamos lá.
Quem já ouviu "American Pie"? É uma música, a única conhecida, de Don McLean, um ótimo compositor de folk-rock (seja lá o que for rótulo) . Fala basicamente daquela sensação de desespero Beat e do dia em que a música morreu. A maioria das interpretações não vai mais fundo do que falar do dia em que o rock era uma coisinha meiga e pura e que teria tido um fim simbólico um pouquinho antes dos dias de rebeldia sem causa e viagens além mundinho limitado.
Este dia teria sido o dia em que um avião caiu com Buddy Holly, Ritchie Valens (ou Ricardo "La bamba" Valenzuela, o primeiro astro latino pop que se tem notícia) e JP "Big Bopper" Richardson.

Três precursores do rock que conhecemos e de fato símbolos do rock antes do estouro rebelde da contracultura.

Por quê uma música que além disso tudo e cheia de referências a outros momentos pop macabros (os terríveis Rolling Stones, a fatídica "Helter Skelter" dos Beatles, dentre outras menos conhecidas) buzinou na minha cabeça por tanto tempo?

Quando eu comecei a mergulhar no "rock-mundo" que me abarca, comecei pelo óbvio: aquilo que tinha em casa. quantidades estratosféricas de Little Richard (eu tinha algo em comum?), Jerry Lee Lewis, Beatles (da fase inicial), Chuck Berry e o rei, Elvis (cujo dia de nascimento é o mesmo que o meu).

Na minha atual fase de me entender, quando o passado dói, o futuro merece um lustro e o presente está muito chato, onde a gente vai buscar entendimento? No que já rolou. E repentino, tenho um aniversário de gente ressuscitada de um passado distante, que misteriosamente se torna presente e importante, e em uma casa rocambole! (o rockabilly tem apelido aqui em casa).

Além da companhia genial, dos risos de ter que aprender a dançar com os professores da casa e da raiva de não conhecer o lugar antes, algo brotou aqui dentro. algo que apagou American Pie e fez com que eu parasse de reclamar que o passado parecia mais divertido. O passado é agora, o hoje vai parecer mais divertido amanhã. Eu ainda vou dançar twist pela casa com uma vassoura aos noventa anos.

E no dia seguinte, eu e a Luciana em mais uma daquelas noites de atualizações da vida, acabamos por descobrir que apesar de nos conhecermos há uns 15 anos e nos falarmos quase que semanalmente há uns seis ainda temos um monte de coisas que não fazemos a mínima um do outro. O passado não existe.

Quer saber? fazendo uma citação, xarope anti-monotonia nunca é demais.

E acho que eu preciso voltar a ser mais noturno...

"Roll over Bethoven!"

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